quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Atlântida

Acordei um dia, vesti meu maiô de natação, peguei minha touca, óculos, uma mochila, e fui para o trabalho.
Na cidade em que eu vivia não existiam ruas convencionais, com carros, ônibus e coisas do gênero. Era uma cidade totalmente alagada e as ruas transformaram-se em pequenos rios, dando espaço aos botes, caiaques, e pequenos barquinhos.
Ao invés de andar pelas calçadas as pessoas nadavam. Nadar era o "vou a pé para o trabalho", "vou correr na rua" e coisas do gênero.
Debaixo de nós era possível ver plantas, peixes e todo um habitat incrivelmente conservado convivendo com os humanos da superfície.
As construções ficavam suspensas, meio que flutuando em suas fundações e o único momento em que colocávamos os pés no chão era dentro de algum lugar: trabalho, casa, restaurantes, etc, fora isso, tudo boiava.
Os humanos também era diferentes: no exato momento em que entravam em contato com a água, escamas tomavam o lugar da pele e guelras de abriam no pescoço, garantindo assim que ninguém morresse afogado. Quando saíamos da água, voltávamos a nossa forma normal. 
Não existia julgamento sobre altura, peso, cor dos cabelos ou pele. Os humanos eram incrivelmente evoluídos, um orgulho.
A única questão que ainda não estava muito resolvida era o banho: toda vez que entrava debaixo do chuveiro as escamas apareciam, dificultando um pouco as coisas. A água encanada estava em processo de tratamento para que não ativasse mais as células aquáticas especiais.

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